Assunto

A participação do setor terciário no Mercado de Crédito de Carbono

Contextualização

A descarbonização da economia é um imperativo do nosso tempo. As nações vêm discutindo intensamente e firmando acordos (Tóquio, Paris, Egito, COP 27, etc.), comprometendo-se a implantar, cada qual, medidas restritivas em face do lançamento de gases de efeito estufa na atmosfera. Tais providências, segundo cientistas, precisam gerar uma diminuição em média de 40% a 45 % das emissões de dióxido de carbono (CO2) até 2030. Algo imprescindível para se evitar o catastrófico aquecimento do planeta, cuja consequência ensejará um cotidiano irreparável de tragédias para a humanidade. Nesse contexto que o tema se insere, tem predominado a abordagem na qual a preservação do meio ambiente diz respeito apenas aos setores primário e secundário da economia. Isto é, menciona-se a agricultura e a indústria, como os territórios próprios para se tratar de questões e programas de neutralização de emissão de carbono. Além da preservação de florestas. Não obstante, há uma lacuna que precisa ser preenchida: Como pode se dar a participação do setor terciário (comércio e serviços) nesse objetivo global?

Posicionamento

Nessa perspectiva, ressaltamos que é fundamental afirmar a indispensável e inevitável participação do setor terciário. Afinal, é o comércio que promove a relação direta entre a produção (vinda da indústria ou da agricultura) junto ao consumidor final. Essa proximidade ao cidadão, nem a agricultura nem a indústria possuem. Logo, no bojo das políticas que venham a se implantar, é importante agregar o setor terciário, porquanto detentor de uma singular expertise: o chamado “contato direto com a ponta”. O potencial único de capilaridade social. Desse prisma, um sem-número de contribuições pode brotar e gerar efeitos positivos para o meio ambiente. Ademais, considerando que a matéria é ponto obrigatório para a formulação de políticas públicas (em especial a regulação do mercado de crédito de carbono), faz-se necessário como justo também agregar representação do setor terciário em todos os fóruns e grupos de trabalho que se instituam, na esfera do Poder Executivo em nível federal. O que evidentemente deva se reproduzir pelos estados e municípios.